Co-autor : Carlos Machado e Moura (MAVAA arquitectos)

O estudo preliminar pedido para 3 naves industriais e um edifício administrativo, assente apenas na imagem e organização estratégica, resultou numa ideia de conceito relacionada directamente com a actividade da empresa em questão - o aço.

Interpretamos as três grandes naves industriais como grandes lingotes de aço em bruto e o edifício-sede, mais pequeno e compacto, como uma peça acabada em aço inoxidável - uma metáfora simples entre a transformação e o produto acabado.

O edifício sede revestido a chapa de aço inox polido revela todas as potêncialidades e versatilidade do material . A imagem abstrata e complexa, dissimulada pela vegetação resultaria do espelhamento do aço polido e do facto do edifício apenas ter aberturas para um grande pátio interior.

As referências a este tipo de abordagem formal são várias e proliferam tanto na arquitectura como nas artes plásticas. Referimonos, em particular, às obras do escultor indiano Anish Kapoor e a alguns edifícios do arquitecto francês Dominique Perrault e do gabinete japonês SANAA, que ilustramos em baixo.

No entanto, a ideia de fortalecer a presença de vegetação no lote não tem apenas uma motivação compositiva mas inscreve-se numa aposta na qualidade do espaço exterior que permitirá, não só uma filtragem visual e acústica relativamente aos edifícios e arruamentos contíguos, como também o usufruto de um espaço natural por parte dos colaboradores da empresa durante a pausa do almoço ou no fim de um dia de trabalho.

De resto, imagina-se que, com a sua devida infra-estruturação e ocupação, a Zona Industrial de Loureiro possa vir a ser dotada de uma série de serviços à pessoa – equipamentos desportivos, serviços, comércio, transporte públicos, etc. – que possam conferir aos trabalhadores da WUHAN Industries excelentes condições, aumentando assim o seu bem-estar e, consequentemente, a produtividade da empresa.